Secretário de Administração de Maximiliano de Almeida afirma que apesar da crise, a gestão do município está organizada

Os municípios de todo o país, e de forma mais acentuada os gaúchos, vêm sofrendo com a crise financeira. Constantes diminuições de repasses fazem com que os gestores municipais procurem diariamente formas de economizar sem que a população sofra com perdas nos serviços. Em Maximiliano de Almeida, o Secretário de Administração Evaldo Neuhaus afirma que a situação não é diferente, é de muita apreensão, porém a integridade financeira da Prefeitura Municipal vem sendo mantida. “Até o presente momento a gente vem conseguindo dar esta condição, porém cada dia com mais dificuldade, as vezes a gente até tem alguns fornecedores que tem que aguardar um pouco mais, mas tem sido feito isto (pagamentos) com toda a tranqüilidade até então. Porém a gente tem esta preocupação e se as coisas continuarem como estão, cada dia mais isto vai ser difícil”, analisa Evaldo.

Ao falar sobre crises anteriores que aconteceram no município, Evaldo lembra a situação em que a administração se encontrava no período entre 2009 e 2010, porém enfatiza que era uma crise moral e interna do município. Naquele momento a arrecadação era mantida, ao contrário do que acontece hoje. “Crise desta natureza eu não lembro. Nós já tivemos uma crise em 2009 e 2010, mas era uma crise moral, uma crise de credibilidade. Quando o Prefeito Gringo assumiu em 2009, nós tínhamos uma dívida superior a cinco milhões de reais, não tínhamos crédito para absolutamente nada, porém a arrecadação não caía, a arrecadação era normal, na medida em que foi se resolvendo a situação, foi se colocando a casa em ordem, com a arrecadação normal as coisas fluíram. Hoje é diferente, a crise é financeira mesmo, ou seja, a arrecadação é que vem caindo e é por isto que eu considero este momento muito pior do que aquele, por que neste momento nós não estamos tendo como resolver. A resposta da época foi colocar a casa em ordem e a coisa andou, hoje não, não tem como colocar em ordem uma coisa que você não tem recursos para isto”, analisa Evaldo.

Para enfrentar a crise, segundo Evaldo, a administração busca incessantemente formas de economizar e manter seus compromissos em dia sem que a população sinta os reflexos nos serviços oferecidos pela Prefeituta Municipal. “O que a gente tem feito é buscar economia em todos os pontos, tem se feito isto todos os dias, a todo momento, buscando, como se diz na gíria, ‘matar mais um leão’, procurando resolver as coisas da melhor forma possível, porém sabemos que isto é muito difícil”, avalia. “A preocupação maior é o que vem pela frente, este desequilíbrio entre receita e despeza, a gente não sabe onde vai dar isso. A cada dia se gasta mais e se arrecada menos”, acrescenta.

Os principais pontos que vem sendo responsáveis pelas dificuldades econômicas dos municípios são as diminuições dos repasses do estado e da união. “Só neste último mês de Agosto a primeira parcela do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) teve uma queda de mais de 35%, o que indica que novamente no mês de Setembro nós teremos uma queda significativa. Tem sido assim desde o mês de Março até agora. Com exceção do mês de Maio, todo mês a arrecadação vem caindo. Isso provoca uma insatisfação e uma angustia muito grande”, comenta Evaldo. Os governos Federal e Estadual não vêm repassando ao município, sequer o valor vinculado aos convênios firmados com as administrações municipais, além das emendas parlamentares que não são pagas.

Apesar das dificuldades enfrentadas e de as mesmas não serem decorrentes de ações tomadas na esfera municipal, o secretário assume a responsabilidade de contornar a situação. “Este desequilíbrio nos assusta, mas nós temos a obrigação de contornar e vamos buscar isto a qualquer custo, sabemos que vai ser difícil, mas sabemos também que vamos fazê-lo”, conclui Evaldo.